quarta-feira, setembro 16, 2009


Ela esperou que ele saísse para poder sonhar acordada. Nos sonhos ela era vivaz, divertida. Na vida de olhos fechados existia uma outra pessoa e outra vida, e se ela contasse isso para alguém seria considerada louca.
Nestes sonhos seu homem era outro, tudo era trocado, diferente e maravilhoso. Até seus problemas eram mais interessantes. Sim, sua outra vida não era perfeita porque era outra vida, não era um sonho.
O medo que ela sentia quando acordava a assustava, mas durava pouco. Logo a vida de acordada exigia sua responsabilidade, tarefas, rotina. Mas era só arranjar um tempo e ela se via novamente imersa na imaginação, até sabia os detalhes de diálogos, cenário, perfumes... Tudo detalhado, preciso.
Quando decidiu viver a vida de sonho na vida de acordada, algo ruiu dentro dela. Revoltou-se, mesmo. Aquilo não podia acontecer. Seus sonhos ficaram abertos pra todos e todos puderam vê-los, e ela sentiu-se menor com os sonhos expostos. Quando fechava os olhos só existia o vazio. O vazio de uma vida sem sonhar.Acordou. Sua vida de sonho na realidade não funcionou.

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