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Às vezes sinto a estranha sensação de ter perdido o melhor da festa. A eterna cara de satisfação quando na realidade quero mais e melhor. Fingir não me importar e ruir por dentro ao mínimo sinal de desaprovação. O medo do ridículo, de virar motivo de piada, como se minha vida dependesse de comentaristas pouco piedosos. Ah, a piedade. É o que menos aparece na nossa vez de bancar o acusador. E na verdade não sou piedosa, nem conheço alguém que o seja realmente. Fazemos o papel para receber aplausos, nem que estes venham de gente que pouco interessa. E no final, sabemos que não agradamos a ninguém, nem a nós mesmos.