Há cinco anos eu estava prestes a dar à luz meu filho. Ele nasceu aos 17 minutos do dia 26.10 e a partir deste dia eu nunca mais fui a mesma. Mesmo com todo o convívio de 9 meses dentro de mim numa união perfeita, só depois que ele nasceu caiu a ficha de que sim, eu era mãe. Depois de 26 anos vivendo como filha era o momento de despedir-me desse papel. Óbvio que nunca deixarei de ser filha de minha mãe, mas o papel de alguém que precisa ser guiada, amparada, não me cabia mais. Não foi de um dia para o outro que a jovem morreu. Foi aos poucos, e acho engraçado que grande parte das pessoas de meu convívio tem dificuldade de me enxergarem como adulta e mãe. Pode ser porque não me encaixo no modelo de mãe que a maioria compreende como sendo o certo a seguir, aquela mãe que leva no parquinho, festinhas de aniversário, que entra em competições veladas sobre quem cuida melhor do filho.
Só sei que me sinto bem em saber que sou mãe de uma criança maravilhosa que faz questão de me incluir na oração católica (Em nome do Pai, do Filho, da Mamãe, do Espírito Santo, Amém), que diz que me ama, que me abraça bem forte e gostoso, que tem o riso mais lindo do mundo e que me faz curtir pequenos prazeres que eu sempre me privei por medo de me divertir.
Desejo ao meu filho tudo de bom neste quinto aniversário de sua vida, ele merece o melhor sempre, por tudo que tem me oferecido nestes anos com sua adorável presença.